Se não cuidar, olhe o que vamos virar (ou já estamos virando…
Juca KfouriNada se compara à torcida do Club Atlético Boca Juniors.
A “La Doce”, sem dúvida, é a hinchada mais temida do mundo.
O jornalista Gustavo Grabia pesquisou a fundo a história da torcida que criou laços políticos dentro da Argentina, extorque homens públicos, empresários e jogadores e criou uma organização idêntica a de uma máfia.
Brigas com torcedores rivais parecem ser apenas a parte mínima de seu currículo.
O resultado dessa brilhante pesquisa ganhou o mesmo nome da barra brava, ”La Doce”.
Conheça a origem, o crescimento, os comandantes e como atua hoje a organizada mais temida do mundo.
Trechos do livro:
“La Doce é a torcida que tem mais contatos políticos, que trabalhou tanto para o justicialismo como para o radicalismo, e chegou a participar de operações políticas montadas pela Side, antiga Secretaria de Inteligência do Estado. É a única torcida do mundo que criou uma fundação legal para a lavagem de dinheiro proveniente da extorsão de políticos, empresários e desportistas, bem como o financiamento sem escrúpulos pela revenda de bilhetes, a gestão de ônibus para levar os torcedores ao interior, o estacionamento nas ruas de La Boca cada vez que havia uma partida, e o merchandising. Isso sem contar a porcentagem arrecadada pelas concessões feitas a barracas de alimentos e bebidas no estádio.”
“Quando eu era criança, o plano de ir ao estádio era muito mais que ir a um jogo de futebol. Era um lugar de conexão para pais e filhos, para amigos do bairro, um mundo cheio de sensações confortáveis que excediam, e muito, o que acontecia no gramado. Esse mundo foi quebrado a partir da violência das barras bravas. E a La Doce é o símbolo mais generalizado dessa violência.”