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terça-feira, 8 de agosto de 2017
"AMADOR" .....VARZEA........
TERCEIRONA, TRISTE
FIM DE UM CAMPEONATO BIZARRO
Repórter de Zero Hora analisa a decisão da terceira divisão gaúcha
É inadmissível que a Federação Gaúcha de Futebol
(FGF) mantenha um campeonato como a Terceirona na linha de frente das
competições estaduais.
O melancólico torneio teve sua edição mais atrapalhada, controversa e triste em
2017. Uma final às 11h de quinta-feira em um Centro de Treinamento, envolvendo
um integrante da dupla Gre-Nal, é o resumo desta bizarrice. Vamos lembrar aqui
os "principais" momentos do campeonato.
Já no congresso técnico da competição era possível
perceber que daria problema. A inclusão de Inter e Grêmio, mesmo que não
pudessem subir de divisão, foi aceita pelos clubes.
O argumento de convencimento era que a Dupla levaria mais público aos estádios
do Interior. Obviamente, não vingou. A média de torcedores foi baixa, como
sempre.
Vale lembrar: só o presidente do Gaúcho, Gilmar Rosso, foi contra a
participação dos dois.
O destino cruel, vejam só, fez o Gaúcho pegar justamente o Inter nas quartas de
final. Acabou eliminado.
Voltando à reunião pré-campeonato, o encontro
determinou também um formulismo desnecessário. Para colocar as equipes a jogar
por mais tempo, foi criada uma primeira fase arrastada, em que oito times se
enfrentavam em dois turnos e seis avançaram para mais uma etapa de
grupos.
Resultado: quando terminou essa fase, dois clubes desistiram do campeonato, o
Riograndense-SM e o Elite, de Santo Ângelo.
O dinheiro havia terminado. Ambos
foram punidos, afastados das competições profissionais por dois anos.
Mais um ponto. Seguindo a tendência já apresentada no ano anterior, o
campeonato foi destinado a jogadores com menos de 23 anos. Só quatro precisavam
estar inscritos na FGF como profissionais.
Isso significa: a Terceirona, começo da caminhada rumo ao Gauchão (e aos
benefícios que ele dá), é um torneio amador.
Fora de campo, outro capítulo estranho. Um
malabarismo jurídico do TJD conseguiu dar punições diferentes para o mesmo
erro. O Bagé usou um jogador sem contrato em dois jogos — um pela fase de
grupos, outro pela semifinal. Pela infração, perdeu seis pontos da semifinal.
Mas na fase de grupos, só foi multado, sem punição esportiva.
A perda de pontos na fase de grupos teria alterado todo o ordenamento das
semifinais e faria o Bagé enfrentar o Grêmio, não o Três Passos. A decisão do
tribunal prejudicou o Rio Grande, que teve como adversário justamente o Grêmio.
Beneficiado pela decisão (para a FGF, o que importa
é terminar o campeonato que começou, seja lá como for), o Bagé chegou à final
do campeonato empolgado em jogar contra o Inter e fazer uma boa renda na
decisão.
O regulamento prevê que mesmo que tenha melhor campanha, a Dupla decide no
Interior. Pois o time da Campanha levou 4 a 0 na partida de ida. Alguém
acreditava na Pedra Moura lotada no domingo?Ainda assim, o público que — exageremos — foi
razoável, ainda foi atacado por uma atuação desastrada da Brigada Militar, que
atirou uma bomba de efeito moral em meio aos torcedores. Por sorte, muita
sorte, ninguém se feriu no 5 a 1 aplicado pelo Inter.
Resumindo, então: um torneio amador
classificou para um profissional de segunda divisão o provável vice-campeão e o
quarto colocado. O campeão e o terceiro foram impedidos de ascender porque já
têm vaga na elite. O campeonato ficou manchado por uma decisão bizarra do TJD.
E, desta vez, é possível dizer: a Terceirona acabou com times do Interior.
Riograndense-SM e Elite que o digam.
Foto: André Ávila / Agencia RBS
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