Sport Clube Gaúcho de 1976
Em pé: Betinho, Mauricio, Jair, Gringo, Ronaldo e Mario Tito;
Agachados: Marianinho, Pedro, Bebeto, Roberto e Serginho;
PEDRO
Data : | 08/10/2010 |
Título : | PEDRO, ONDE ESTÁS? |
Autor : | Marco Antonio Damian . |
Descrição: | Coluna Futebol & Saudade, DM de 08/10/2010 |
Acervo de : | Marco Antonio Damian |
Relacionamentos : | Pessoas | Crônicas de Futebol | | José Pedro Agapito Rodrigues | |
Inserido em : | 08/10/2010 17:37:21 | Cód.: 5935 |
Conteúdo : | |
PEDRO, ONDE ESTÁS? Já me perguntaram algumas vezes. Na semana passada novamente. Você sabe onde anda o Pedro? O Pedro, aquele atacante que jogou ao lado de Bebeto no Gaúcho. Naqueles quase dois anos que Pedro morou em Passo Fundo deixou aqui uma filha. É exatamente esta jovem que pergunta para todos os que conviveram com ele ou que o conheceram. Onde anda Pedro? Não sei exatamente onde ele anda apenas alguém, em algum lugar, dá uma informação imprecisa, dizendo que ele poderia estar residindo no Mato Grosso, talvez Campo Grande. Pedro se chama José Pedro Agapito Rodrigues. Nasceu em Uruguaiana, cidade onde nasceram vários craques. Muito jovem foi para as categorias de base do Internacional. Lá passou pelo infantil, juvenil e depois para o time profissional. Jogava muito. Habilidoso com a bola nos pés. Passes e assistências precisas e preciosas. Gols rebuscados, com um feitio peculiar, o toque sutil e bonito na bola. Tinha todas as qualidades para ter um futuro brilhante no futebol. Mas o Internacional não o quis. Abriu mão de sua genialidade com a bola, em virtude do irascível gênio de Pedro. Pedro então foi parar no futebol do interior. Primeiro o Farroupilha de Pelotas, depois a Associação Caxias, o Riograndense de Santa Maria, em 1975. Mas o Riograndense se licenciou naquele ano e Pedro veio para o Gaúcho, junto com Antonio Carlos, zagueiro e Timina, volante. Com a camisa alviverde Pedro mostrou todas as suas qualidades e acertou-se perfeitamente com Bebeto no ataque do time. Aliás, um excelente time, que tinha ainda Jair, Roberto, Paraná, Mosquito, Mário Tito, Cláudio, Gringo e Serginho. Pedro jogou duas temporadas no Gaúcho e fez muitos gols. Entre eles o inesquecível foi contra o Grêmio, no Estádio Wolmar Salton. O Grêmio vencia por 1 x 0 e Pedro fez uma tabelinha com Roberto, entrou na área, passou a bola a Bebeto, recebeu de volta, driblou o goleiro Cejas e empurrou para o gol vazio. Não quis entrar com bola e tudo. Logo depois deu um passe milimétrico para Roberto, que da entrada da área chutou. A bola bateu nas costas de um zagueiro gremista e subiu. Ao descer encontrou o pé esquerdo de Bebeto que mandou um míssil para estufar as redes. O Grêmio depois venceu o jogo, mas a partida que realizou o Gaúcho, especialmente Roberto, Pedro e Bebeto ficou inesquecível para quem enfrentou o frio e o mau tempo daquele domingo à tarde no Wolmar Salton. Depois Pedro foi contratado pelo Internacional, que arrependido veio buscá-lo. Levou junto Bebeto. Pedro ficou talvez um ano no Internacional, foi em 1978, e seguiu a carreira no Palmeiras. Lá foi “rebatizado” de Pedro Rodrigues. Apenas Pedro era pouco para um futebol tão gigantesco. Depois do Palmeiras perambulou por outros clubes. Teve retornos ao Caxias e ao Gaúcho, em 1984. Ficou poucos meses no alviverde. Todos esperavam aquele Pedro de meados dos anos 70, mas não era. Era um Pedro lento, acabrunhado, sem alegria de jogar futebol, sem os reflexos e a velha categoria. Quem conviveu com Pedro afirma que a bebida ingerida de forma desenfreada acabou com o encanto do maravilhoso futebol. Pedro ficou poucos meses no Gaúcho e acabou não participando da festa do título da segunda divisão daquele ano. Ouvi falar de Pedro jogando no Marilia, interior de São Paulo, Paysandu, de Belém, Operário de Campo Grande e Ubiratã, pequeno clube do Mato Grosso. As notícias posteriores são desencontradas. Não se sabe ao certo onde anda Pedro. Talvez alguém que ler este texto passa ajudar sua filha a localizá-lo. |
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