DAS ARQUIBANCADAS PARA
A HISTÓRIA
Autor: Redação Jornal
Diário da Manhã Passo Fundo
“Me dá só um minuto, por favor”. Assim, com a
voz embargada, o presidente do Sport Club Gaúcho, Gilmar Rosso, pediu um pouco
mais de tempo para controlar a emoção. O assunto não era a apresentação do novo
técnico, do elenco ou mesmo um parecer sobre o andamento das obras na Arena
Wolmar Salton. Na última quinta-feira (26), o clube se despediu de um dos seus
mais fanáticos torcedores: Volmar Godinho, aos 47 anos, faleceu em decorrência
de uma embolia pulmonar.
Todos os sábados à
tarde, Volmar visitava a Arena. Acompanhava de perto cada pequeno avanço da
nova casa do seu time do coração. No antigo estádio não era diferente. “Ele era
torcedor fiel do Gaúcho. Poderia faltar o presidente, o treinador, os
jogadores, mas ele sempre estava nos jogos. A determinação dele motivava a
gente. Às vezes, estávamos meio desanimados, olhávamos para a arquibancada e
estava o Volmar lá”, relata o presidente.
Nas redes sociais, as
fotos e depoimentos de amigos ratificam a paixão pelo time. A vontade de ver as
cores verde e branco serem defendidas em campo era tanta que ele não media
esforços para colaborar com o clube. Após a morte do pai, em maio de 2014,
Volmar procurou o presidente para contribuir com a obra. “Ele me disse que o
pai dele havia lhe deixado um legado, que sempre acreditou que iríamos
conseguir fazer o nosso estádio, e, por isso, quis colaborar com o pacote da
venda de uma camiseta, que corresponde ao valor de 20 sacos de cimento. Ele
sequer quis a camiseta, apenas ajudar”, conta.
No final de semana
anterior ao seu falecimento, Volmar comprou o outro pacote, equivalente a 10
sacos de cimento. Novamente, autorizou o presidente a doar a camiseta para
outra pessoa, mas manifestou que gostaria de ter uma igual à da comissão
técnica do clube. “Prometi que buscaria uma e que, na próxima vez que o visse,
eu lhe entregaria a camiseta. Não tive tempo de fazer isso”, lamenta Gilmar
Rosso.
O torcedor fiel não
estará mais nas arquibancadas torcendo pelo clube. Infelizmente, ele não teve
tempo de ver a Arena pronta, as redes balançando e o grito de gol ecoando pelas
arquibancadas. No entanto, Volmar estará para sempre marcado na história do
Gaúcho: a pedido da família, as cinzas dele foram espalhadas pelo gramado da
nova casa do Periquito no dia 28 de fevereiro. “Pessoas como o Volmar não podem
ser apagadas, não tem como tirar do coração. Agora, o Gaúcho não vai mais jogar
com 11, mas com 12 jogadores em campo”.
Foto: Divulgação
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