Gaúcho de Passo Fundo inicia returno na esperança de fugir do
rebaixamento
Zero Hora - 22.05.2013
Fernando Goettems
Lanterna da Série A-2, clube jogou oito partidas e perdeu todas
até agora no Gauchão
Com oito derrotas em oito jogos na Série A-2 do Gauchão 2013, o
Gaúcho de Passo Fundo amarga na última posição do campeonato e vê a Série B do
próximo ano na linha do horizonte, lugar onde já esteve e subiu em 2012. O
clube já mudou de técnico duas vezes este ano, dispensou jogadores e não
conseguiu repetir o mesmo time em nenhum jogo do campeonato.
Ricardo Attolini iniciou a competição no comando do Gaúcho,
perdeu os cinco primeiros jogos e foi dispensado. Com ele, oito jogadores foram
demitidos. Depois, o time ficou sob o comando do experiente Sandro Sotilli, que
também atua dentro das quatro linhas na equipe, e um colegiado, formado pelo
presidente Gilmar Rosso e a comissão técnica. Foram dois jogos e duas novas
derrotas neste formato.
Por fim, chegou ao clube o treinador Paulo Afonso Moreira
Coelho, o Leco e mais cinco reforços, além da promoção de quatro garotos da
base ao grupo principal. Na última partida do primeiro turno, contra o Aimoré,
a oitava derrota: 2 a 1. Até aqui, o Gaúcho marcou apenas seis gols e levou
outros 20. Saldo negativo de 14 gols.
— Tivemos pelo menos cinco jogadores lesionados durante a maior
parte do campeonato. A maioria dos gols foram falhas nossas. Não há nenhum
problema extra-campo, não há atrasos de salário, nada disso. As coisas não tem
acontecido para o Gaúcho, esta é a realidade — observa o presidente do clube,
Gilmar Rosso, 54 anos.
Pelo regulamento da competição, os três piores times caem para a
Série B. Se o campeonato terminasse hoje, estariam nesta lista o Gaúcho,
lanterna, sem nenhum ponto marcado, Guarany de Camaquã, com três pontos e o
União Frederiquense, com cinco pontos. Os três times estão no grupo B da
competição
A partir desta quarta-feira, quando inicia o segundo turno, a
equipe de Passo Fundo terá uma nova chance de reabilitação no campeonato, às
15h30min, no confronto com o Riopardense, em Rio Pardo. Com nove pontos na
tabela de classificação, a equipe também é ameaçada pelo rebaixamento.
Presidente do clube desde 2010, Rosso tem uma explicação para o
fracasso do time em campo. Segundo ele, as atenções do Gaúcho estão voltadas
para o ano de 2018, data marcada para a inauguração de um novo estádio. A
grande parte do dinheiro que entra no caixa, é destinado para esta finalidade,
de acordo com Rosso.
- PODERÍAMOS INVESTIR MAIS DINHEIRO, FAZER UM GRANDE PLANTEL E
SUBIR PARA A ELITE.E DEPOIS ,COMO MANTER? OS TIMES SOBEM EM UM ANO E CAEM UM OU
DOIS ANOS DEPOIS.. NÃO FAÇO LOUCURAS ,NÃO GASTO O QUE NÃO TENHO. O CLUBE ESTÁ
JOGANDO E O PROJETO É 2018 - SALIENTA O PRESIDENTE .
— Um clube sem estádio, como o Gaúcho, perde sua identidade.
Assumi o Gaúcho com R$ 6 milhões em dívidas. Hoje, não devemos para ninguém.
Mas agora nossa prioridade é o estádio. E sempre há a possibilidade de
revertermos a situação. Por isso vamos com tudo neste segundo turno.
Sotilli, a esperança de salvação
Com uma folha salarial modesta, cerca de R$ 25 mil ao mês, o
plantel do Gaúcho é formado por 23 jogadores, mais a comissão técnica. Sotilli,
a grande estrela do grupo, tem parte dos salários pago pelo clube e parte por
um patrocinador. Aliás, é no atacante que reside boa parte das esperanças do
Gaúcho para se salvar do rebaixamento.
— Nunca tinha trabalhado com ele. Mas logo vi que é um jogador
comprometido. Agora estamos arrumando a nossa defesa, porque no ataque temos
qualidade, com o Sotilli, o Adilson e outros jogadores. Acredito que esse
reinício será mais difícil, até sairmos dessa situação ruim — observa o técnico
Leco, que já teve passagens pelo Guarani de Bagé, Aimoré e o Riopardense.
O atacante de 39 anos quer esquecer o primeiro turno. Lesionado,
ele só atuou em dois jogos até agora e marcou dois gols.
— Nunca havia acontecido uma situação dessas na minha vida, de
perder tantos jogos. Mas agora começa outro campeonato e eu estou a disposição.
Precisamos vencer e chegar ao mata-mata. Nosso time é bom, mas as coisas, por
enquanto, não deram certo — salienta Sotilli.
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