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Esporte | Publicado em 29/04/2011 00:31:04
Não morreu
Decisão do Tribunal de Justiça do Estado abre possibilidade de anulação do leilão da venda do Estádio Wolmar Salton
Gerson Lopes/ON
Após a seqüência de maus resultados que provocou a queda para a 3ª divisão, o S.C. Gaúcho teve força para buscar fora dos gramados, provavelmente uma das mais importantes conquistas nos 93 anos de existência do clube. Por três votos a zero, o Tribunal de Justiça do Estado, aceitou, na tarde de ontem, a tramitação do processo que pede a anulação do leilão de venda do estádio Wolmar Salton, ocorrida em junho de 2007. Com a decisão, a sede de um dos times mais tradicionais do Rio Grande do Sul, transformada em ruínas, tem grandes possibilidades de voltar a ser a casa do alviverde.
A mesma ação aceita ontem pelo TJE havia sido julgada improcedente pela justiça de Passo Fundo, mas o clube recorreu. Advogada do Gaúcho, Patrícia Alovisi explica que, com a tramitação do processo, o clube vai ter condições de apontar erros e equívocos, além de revisão de cálculos das ações. Em outra fase do processo, o clube deverá solicitar uma nova avaliação do patrimônio.
Na época, o valor foi avaliado em R$ 1,7 milhão, mas a área acabou sendo arrematada, segundo a defesa do clube, com créditos indevidos, por R$ 1,1 milhão, cerca de 63% da avaliação. A sentença determinando a anulação ou não do leilão deverá ser definida em aproximadamente 18 meses. “Estamos confiantes que será favorável à anulação da arrematação”, afirma Patrícia.
A dívida que levou o estádio Wolmar Salton a ser leiloado faz parte de uma ação movida contra o Gaúcho, em 1996, quando um menino, que na época tinha 10 anos, afogou-se na piscina do clube e passou a viver em estado vegetativo. Além dela, a entidade responde por pelo menos mais 192 ações trabalhistas, atingindo aproximadamente R$ 3 milhões.
“Existe a possibilidade de acordos.
O Gaúcho tem um imenso patrimônio, arrematado por um valor irrisório. Tem capital suficiente para pagar o rapaz e todos as trabalhistas, é só uma questão de administrar o patrimônio” afirma a advogada. Caso a decisão da justiça seja favorável ao clube, a direção pretende realizar uma perícia para avaliar toda a área destruída do estádio e pedir o ressarcimento dos prejuízos aos responsáveis.
Principal responsável por manter o Gaúcho em campo nos últimos dois anos, mesmo enfrentando enormes dificuldades econômicas, o presidente Gilmar Rosso não conteve as lágrimas ao saber da notícia. Emocionado, disse que chegou a ir até a estação rodoviária comprar a passagem a Porto Alegre para participar da audiência, mas desistiu com medo de não suportar a emoção. “Por várias vezes fui chamado de louco, de chato, mas sempre acreditei. O Gaúcho jamais morrerá” desabafou.
Confiante, Rosso já projeta a comemoração do primeiro centenário do clube, em maio 2018, na própria casa do periquito. “Vamos torcer e trabalhar para que isso aconteça” comemora.
Patrimônio Histórico
O Estádio Wolmar Salton foi tombado com patrimônio histórico e cultural de Passo Fundo pelo Conselho Municipal de Cultura. Com isso, a área não pode sofrer alterações.
Presidente ressalta que o trabalho feito desde 2009 teve mais um resultado positivo
Marcelo Alexandre Becker/ON
“Era para isso que fizemos o que fizemos, que colocamos a camisa em campo, trabalhamos para termos este resultado, acho que agora todos entenderam o meu discurso”, falava o emocionado presidente Gilmar Rosso na tarde de ontem logo após a decisão judicial favorável ao clube.
A ideia era não deixar o Gaúcho morrer
Quando em novembro de 2009 o jornal O Nacional noticiou de forma exclusiva de que o Sport Club Gaúcho voltaria com as atividades de futebol profissional, mesmo sem ter onde treinar e mandar seus jogos, a atual diretoria do ainda clube do Boqueirão destacava que a ideia era manter o Alviverde vivo, e se estruturar para que em 2018, ano do centenário, o Gaúcho esteja forte.
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