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sábado, 30 de abril de 2011

Decisão foi considerada o recomeço, na visão do presidente alviverde


29/04/2011 - 

Vitória: o recomeço que vem dos tribunais

Sport Club Gaúcho obtém na justiça o recalculo relativo ao Estádio Wolmar Salton.Decisão foi considerada uma vitória e recomeço, na visão do presidente alviverde
Kleiton Vasconcellos
(Redação Passo Fundo / DM)


Em 2007, o Sport Club Gaúcho, então com 89 anos, sofreu uma de suas maiores derrotas: a perda da sua casa, o Wolmar Salton, estádio em que era temido até pela dupla Gre-Nal. Desde então, o Alviverde afundou em dívidas, passou pela Segundona e ano que vem disputará a 3ª Divisão. O que poderia ser o fim agora é visto como recomeço, pois a justiça garantiu um recalculo do leilão de quatro anos.
Na tarde de ontem, o desembargador da 6ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Nei Wiedemann Neto, concedeu parecer favorável ao pedido encaminhado pela advogada do Gaúcho, Patrícia Alovisi. O resultado, que era em última instância, foi celebrado pelo presidente do Periquito, Gimar Rosso. “Estamos muito contentes e felizes. Agora vamos sentar com quem tem o poder sobre o estádio, explicar que todo mundo perdeu e buscar uma solução boa para todos” disse o mandatário. Nitidamente emocionado, Rosso ainda expôs que “a ação não tem vencedor. A decisão do recalculo do arremate abre a possibilidade de solucionarmos o problema. O Gaúcho não usa o estádio e a família do garoto acidentado não consegue tirar renda de lá. Tem ainda o pessoal das ações trabalhistas. Com negociação, todo mundo pode ter o problema resolvido”.
Na prática, o clube tem alternativas para voltar a crescer dentro do cenário futebolístico. Olhando para o futuro, Rosso espera até mesmo retomar o estádio e utilizá-lo como uma praça esportiva. “Mas se o melhor for sentar todos e resolver tudo de comum acordo, seja vender, alugar ou vender só a parte da frente, faremos. O Gaúcho é público. Lutamos desde 2008e fomos incompreendidos. Colocamos a camisa em campo, com todo sacrifico. Eu só tenho que agradecer a todos” enfatizou.

Anulado?
É desta maneira que a direção vê o leilão de 2007. “A gente pode considerar assim. O desembargador deu parecer para novo calculo de arremate. Por exemplo: o imóvel vale R$ 10 milhões e você tem ação de R$ 500 mil contra nós. Por circunstâncias, foram gerados R$500 mil para arremate, e o Gaúcho contestou. Com R$ 3 milhões pagamos todas as dívidas. Repito: ninguém ganhou, nós simplesmente numa batalha obtivemos o direito dessa negociação” explicou Rosso.
 

Futebol
Com a decisão tomada, o dirigente espera falar agora de futebol, jogadores, contratações, terceira divisão. “Podemos agora pensar em competir em condições de ganhar. Valeu a pena todo o sacrifício de dois anos. Tenho fé que vamos resolver o problema do garoto, com assistência, até utilizando a nossa fisioterapia em conjunto com a UPF. (...) Torcedor fique certo: se fizermos o acordo, quero ver o quem é Gaúcho, seja para reconstruir tijolo por tijolo. Pode comemorar. O Gaúcho jamais morrerá” encerrou.

O caso

Em 1995, um garoto sofreu um acidente em uma das piscinas sociais do Sport Club Gaúcho. Em estado parcialmente vegetativo, a família entrou na justiça para cobrar valores da instituição. Em 2007, para pagar a dívida, a Justiça determinou o leilão do Estádio Wolmar Salton, que foi arrematado pela própria família por pouco mais de R$1,1 milhão.
Como a prefeitura tombou historicamente a área do campo, a família ficou com plenos direitos sobre a área social. Mas, sem condições de manutenção, hoje encontra-se em precário estado.

(Caso Wolmar Salton está perto de ter um final para todas as partes interessadas / FOTO KLEITON VASCONCELLOS)



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